Eu não
queria ser tão contida às vezes. Queria poder ao menos uma vez, jogar tudo no
chão, lançar algo sobre a parede e ver se espatifar por inteiro como se me
visse no objeto quebrado, extravasar dessa forma aparentemente boba, toda
agonia que eu sinto! Queria falar sem pausas, sem meio termo, sem cautela, sem medo, gritar!
Mas ao
contrario disso, engulo qualquer sentimento contido de revolta em minha boca,
ficam presos na minha garganta, as mãos formigam de vontades, sucumbidas pela
minha maldita mente que teima em ser coerente, ética e patética o tempo
inteiro.
Gostaria de
poder lhe falar o quão patético você me parece ser, com toda sua postura de
garoto certo, de calmo e passivo, com ideias organizadas o tempo inteiro. Desculpe-me
realeza, eu não sou assim, sou um baralho bagunçado, sou o castelinho de dominó
quando cai, sou um pássaro aprendendo a voar, todo descoordenado, desalinhado,
nada equilibrado, mas que tenta acertar, que não desiste, porque sabe que vai
conseguir fazer o que precisa ser feito.
Eu não sou
fácil, eu nunca disse que seria, mas se não for pra me acrescentar algo, melhor
nem ficar, se for pra me criticar o tempo inteiro e se não forem construtivas,
mas apenas destrutivas eu definitivamente não preciso de você!
Não te peço
que goste de minhas loucuras inofensivas, mas não permito que as critique sem
fundamento. Eu sou isso que você vê, eu não peço pra ficar, ou pra gostar, se
fica é porque quer, porque gosta, e se gostar que seja do meu conjunto, não
aceito mesquinharias de sentimentos. É tudo ou nada, não existem amores pela
metade. E eu? Eu não seria essa exceção.
